MUDANÇA DE VISÃO MUDA O TIME

É quase inacreditável a diferença de postura do Grêmio em campo entre o último jogo e o de agora. A mudança foi drástica — e, ao que tudo indica, bastou a saída do técnico para o time finalmente mostrar vontade. Ainda há falhas, claro, mas a intensidade e a atitude foram completamente diferentes.

O que chama atenção é que nem se trata de um novo comandante com projeto ambicioso ou ideias revolucionárias. Foi apenas um substituto, alguém com outra leitura de jogo, que trouxe uma abordagem mais simples, mas funcional. E, veja só, funcionou. A equipe se mostrou mais organizada na defesa, mais coerente na transição e mais incisiva no ataque. Pela primeira vez em muito tempo, o Grêmio competiu — e isso já é um enorme avanço.

Ainda há o velho problema: o time sente o golpe quando leva um gol. Parece que a instabilidade emocional ainda paira sobre o elenco. Mas hoje, mesmo sob essa pressão, o time conseguiu reagir e conquistar um placar digno — justamente num jogo em que muitos esperavam que o Grêmio fosse sufocado.

A presença de Kannemann em campo também precisa ser destacada. A liderança, a raça, a entrega — são elementos que não aparecem nas estatísticas, mas que mudam completamente o ambiente da defesa. Com ele em campo, o Grêmio é outro.

Claro que o erro da arbitragem no pênalti não marcado em Aravena não pode passar batido. Poderia ter mudado o cenário do fim do jogo. Mas, apesar disso, fica uma sensação clara: hoje o Grêmio deu uma resposta. Mostrou que ainda pode jogar bola. Foi uma virada de chave — ainda que tímida — provocada por alguém que simplesmente enxergou o jogo de outro jeito.

Rafaela Glavam - Educação Física PUCRS

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