O GRÊMIO ESTÁ PERDIDO EM CAMPO

É difícil assistir ao Grêmio hoje e não sentir frustração. Mais uma partida onde o que se vê é um time completamente perdido, sem qualquer sinal de organização ou ideia de jogo. Dentro de campo, o caos reina. Falta linha de passe, domínio de bola, construção no meio-campo e, principalmente, uma marcação minimamente eficiente.

A posse de bola, quando acontece, é estéril. Toques para trás, insegurança, nenhuma sequência ofensiva. O time não consegue segurar a bola e, quando recupera — com muito esforço —, a perde com a mesma facilidade, seja por desarme ou por erros técnicos infantis. É um futebol pobre, que beira o desespero.

E isso já virou rotina. Jogo após jogo, o Grêmio entra em campo despreparado, apático. E a sensação é de que ninguém sabe o que está fazendo ali.

No segundo tempo, até tentaram algo. Cristaldo centralizado, Pavón pela esquerda… mudanças que, na teoria, poderiam dar algum respiro. Mas de nada adiantou. O meio-campo seguiu bagunçado, sem toque de bola, sem criatividade. Os dois gols sofridos foram praticamente entregues: nenhuma marcação, nenhuma tentativa real de parar a jogada adversária.

O mesmo roteiro se repete: chutões para frente, defesa exposta, meio inexistente. E o treinador, mais uma vez, parece não ter respostas. Mexe aqui, troca ali, mas o problema continua o mesmo — porque ele é mais profundo. Falta comando, falta leitura de jogo, falta repertório.

Braithwaite, coitado, continua isolado na frente. Parece jogar sozinho, sem ninguém pra dividir a criação das jogadas. E isso é um retrato cruel do que virou esse time: cada um por si.

Pra completar o drama, a Arena estava vazia. Um domingo, jogo importante, e a torcida simplesmente não apareceu. E quem pode culpá-la? O torcedor gremista está cansado, decepcionado, sem confiança.

O Grêmio precisa mudar — e mudar pra ontem. Porque do jeito que está, não é só a temporada que está indo embora. É a identidade do clube que está se perdendo a cada rodada.

Rafaela Glavam - Educação Física PUCRS

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