UM GRÊMIO QUE, ENFIM, ME FEZ SORRIR
Segunda-feira, 02/06/2025, 08h06min - Foto: DivulgaçãoConfesso: fazia tempo que eu não terminava um jogo do Grêmio com esse sentimento de satisfação real. Nada de “foi sofrido, mas vencemos” ou “pelo menos não perdemos”. Hoje, não. Hoje o time entrou em campo direito, jogou bem e venceu com autoridade. E eu, que sou crítica, admito com gosto: foi bom de ver.
A escalação funcionou — aliás, pra mim, essa foi a melhor formação que o Grêmio apresentou até agora. O time teve cara, teve ritmo, teve intenção. O setor defensivo, então, merece palmas de pé. A dupla Wagner Leonardo e Kannemann está funcionando com uma sintonia que passa confiança. E quando a defesa segura as pontas, o resto do time respira melhor.
No ataque, destaque total pro Braithwaite, que bateu o pênalti com categoria, e pro Cristian Olivera, que fez um golaço com direito a domínio perfeito e finalização fria. Mas quem me chamou a atenção de verdade foi o Alysson, que jogou muito bem pela direita. Seguro, firme, participando das jogadas sem se esconder. Dá pra ver que ele tá querendo espaço, e hoje mostrou que pode merecer.
Outro ponto que vale destacar é que o Grêmio finalizou mais. Teve presença no ataque, levou perigo, chutou com intenção — algo que vinha faltando nos últimos jogos. E isso é reflexo de um meio de campo mais organizado, mais conectado. Hoje, enfim, a bola chegou onde tinha que chegar.
No segundo tempo, o time recuou — normal. As linhas baixaram, jogamos mais próximos do Volpi pra segurar o placar. Não foi tão bonito, mas foi eficiente. Às vezes, é isso: inteligência pra garantir o resultado.
Claro que ainda tem coisa pra arrumar. Não virou o Grêmio dos sonhos do dia pra noite. Mas ver um time mais inteiro, mais consciente e com vontade de jogar bola já é muito mais do que vínhamos tendo.
Se essa partida marcar o início de uma virada, pode anotar: o jogo contra o Juventude foi o dia em que o Grêmio voltou a se parecer com o Grêmio.
Rafaela Glavam - Educação Física PUCRS